Por Priscila Jaeger Lucas
Abro o Word no computador, olho para a
página em branco, mas não faço ideia do que escrever. A página em branco
assusta. Tenho medo, um medo de não ser boa o bastante, ou que ninguém vai
querer ler o que escrevo. É um medo bobo
mas as vezes ele se alia a ansiedade e
impede de terminar qualquer projeto. Já escrevi contos mas nunca
finalizei um projeto grande. Começo, escrevo e depois penso que como ninguém vai
ler, não consigo terminar.
Neste exato momento estou pensando se
alguém vai se interessar por esse texto, pois ele não é bom o bastante, não é
como o texto que outras pessoas mandaram para a revista.
Eu conversei com minha psicóloga outro dia
sobre isso, ela disse que não posso esperar ser como os outros, tenho que
encontrar minha própria voz e ser fiel as minhas ideias. Os projetos que valem
a pena demoram. Até já sabia disso, mas preciso que alguém com um diploma de
psicologia me diga para o meu cérebro acreditar, porque afinal, meu cérebro não
é bom o bastante para chegar a essa conclusão sozinho.
O caso é que preciso ser criativa, fazer qualquer coisa
criativa durante o dia, senão minha ansiedade fica incontrolável. Ser criativa
pra mim tem a mesma importância que respirar. Eu só preciso lembrar que…
Minhas ideias são válidas.
Minha vivência é válida.
Eu sei escrever relativamente bem.
Eu não sou os outros.
E minha voz também merece ser ouvida.
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