Por Michele Louise Paranhos

Existe algo mais difícil do que escrever um artigo sobre si mesmo? 
Quando me convidaram para ser a escritora da capa para essa revista, senti-me lisonjeada; porém, confesso que não foi uma tarefa fácil. 
 Pensei cá comigo: “Dê-me a incumbência de escrever um romance de quinhentas páginas, mas não me peça para redigir um artigo com duas falando sobre mim!”
Ainda assim, não sou uma pessoa de desistir fácil dos desafios que me são impostos. 
Foi graças a isso que em 2011, aos 37 anos, eu deixei a minha profissão para a qual me formei com apenas dezessete. Aposentado  o giz e o caderno de plano de aula e, munida com coragem e injeções de ânimo por parte de meu marido, reinventei-me profissionalmente.
Foi em 2004 que descobri,seis meses após o nascimento de minha terceira filha, que Lorena havia herdado de mim uma síndrome genética desconhecida - a Esclerose Tuberosa.
Até então, eu mesma ignorava ser portadora deste quadro, pois, assim como os médicos até então consultados, atribuía a outros motivos os sintomas apresentados até aquele momento.
 Síndrome neurológica rara, a Esclerose Tuberosa tem como principal característica a manifestação diferenciada nos indivíduos por ela atingidos,o que contribui bastante para a dificuldade do diagnóstico. A síndrome afeta não apenas o cérebro mas outras partes do corpo, em variadas configurações.
Em mim, o quadro provocou dentre outros sintomas, um quadro renal potencialmente grave, e como  consequência, gerou o meu afastamento profissional. Em minha filha, porém,tal síndrome resultou em deficiência cognitiva moderada e uma incursão pelo espectro autista. 
Contudo, Lorena possui uma indiscutível capacidade criativa como contadora de histórias e , em pouco tempo, ela também se tornou minha parceira literária.

Deixei a área educacional e por ordens médicas, busquei ocupar a mente com uma atividade prazerosa.
 E qual seria essa atividade que não a escrita?
Preparei-me para isso toda a minha vida, só não tinha consciência disso.
Gostava de inventar histórias desde a mais tenra infância. 
Uma das memórias mais remotas de que tenho é de mim e minha irmã mais nova, cada uma em sua cama-baú , posicionadas uma defronte a outra, comandando nossos navios sobre o furioso mar bravio- o chão.
 Os tripulantes eram as nossas bonecas, que ficavam ao nosso lado, auxiliando as capitãs que segurava o leme-colchão. Uma vez ou outra uma das tripulantes caía da embarcação improvisada..
“ーHomem ao Mar”-nós  gritamos bem alto, para que o barulho das ondas não cobrisse o som de nossas vozes. Fazíamos o impossível para, sem descer da cama, resgatar a tripulante indefesa.

Quando não estava inventando histórias estava lendo.
Leitora ávida,eu me encantei cedo com autores hoje consagrados de nossa literatura nacional. Érico Veríssimo, Machado de Assis,José de Alencar,Clarice Lispector dentre outros tantos.
Meus pais eram assinantes do Clube do Livro, e todos os meses uma nova obra,  da literatura Nacional ou mesmo estrangeira, ocupava seu lugar de destaque na estante.
 É lugar-comum dizer que o exemplo edifica e é verdade.
Já no antigo segundo grau, hoje ensino médio, as aulas de literatura era uma de minhas disciplinas preferidas. A outra era a biologia.
 Assuntos díspares?Nem tanto. Se hoje uma das fases  da escrita que mais me dão prazer é justamente a busca por explicações, pelo desenvolvimento de perguntas e respostas, hipóteses e teses, isso eu devo em boa parte ao professor de biologia, que ajudou a desenvolver meu espírito questionador. 
O que mais me atrai na escrita é justamente observar situações intrigantes da vida, criar personagens que possam explorar alternativa para soluções destes conflitos e deixar para o leitor a missão de encontrar as respostas. 
Cabe ao escritor fazer as perguntas certas, mas quem responde sempre será o leitor pois é dele esse poder.
Eu não escrevo um estilo único; Assim, tenho romances em diversas categorias, tais como o romance biográfico Coisas de Lorena, onde me debrucei em pesquisas sobre a síndrome rara de minha filha Lorena, e conto crônicas de seu dia-a-dia, todas elas inspiradas em situações reais vividas por ela. O livro ainda possui álbum de fotos, ilustrações assinadas por Lorena.  
O romance atual, Amor Mais que perfeito, que estará disponível nos próximos meses em sua versão digital, é um romance que discorre sobre a fé em diversas manifestações numa trama sobrenatural e mística, servindo como pano de fundo para contar a história de dois casais que se veem separados pelo destino. 
O romance aborda as vidas anteriores dos personagens, e através dessas vidas, o leitor encontrará diversos cenários tais como a Roma antiga, o hospital de Campanha Português na primeira Guerra Mundial, o início da colonização alemã em Visconde de Mauá em Minas Gerais-onde se passa o romance. 
O meu gosto por enredos que tenham um fundamento de Realismo, porém, sempre mesclado com um toque de magia-esse é o tom mais constante em minhas histórias!
 No estilo Realismo mágico eu tenho os livros Tsara, O sopro do Dragão (conto), e o mais recente,  Amor mais que perfeito.

Ainda que tenha escrito alguns contos, tanto para o público adulto quanto infantil, gosto mesmo é de tecer narrativas longas- o romance- em variados estilos literários.

O meu primeiro livro publicado foi em 2015, Ponto de Ressonância, e contava a história de uma aluna universitária que precisa escrever um seminário e o professor lista vários títulos para referência. Dentre eles, “ A Lógica da Vida”. A jovem observa as palavras impessoais contidas no livro didático assumirem um novo contexto, ao traçar um paralelo entre o texto e seus conflitos pessoais, 
A trama aborda diversos assuntos, como dissociação de personalidade, música clássica e anos 90, e alterna linhas cronológicas para contar a história dessa jovem perdida em si mesma. Como aliadas ela tem duas amigas, Ana e Raquel, que embora difiram entre si como água e óleo, se unem quando segredos de família são descobertos unindo a vida das três de forma irremediável.

A partir daí  publiquei aproximadamente um livro por ano e nunca mais parei.
Os livros que se seguiram foram Mulato Velho (2015), Coisas de Lorena (2016), Tsara- Ir até o fim do Mundo e Depois voltar (2017), Blog 3k- Trollados pela Vida Adulta (2018), A Colheita-Todo Homem tem o seu preço (2019).
 Em 2019 também publiquei  o conto infantojuvenil “Júlia e Marcos- Uma grande aventura nas Galáxias ( escrito em parceria com minha filha caçula Lorena paggioli); O livro Em Busca de Mim, livro juvenil escrito em parceria com Rose Gindri, ainda inédito na Amazon, onde será lançado em breve.
Há ainda um conto , O Sopro do Dragão, que está em projeto para ser transformado em um romance.
Para este ano de 2020 um livro que está em fase final antes da publicação é o romance Amor mais que perfeito . Um novo romance juvenil, também escrito em parceria com Lorena paggioli será Analeh- uma princesa alienígena. Lorena, a caçula de meus três filhos, é a que herdou esse meu hábito por contar histórias, e tanto é responsável pelas ilustrações do livro Coisas de Lorena como pela parceria literária.
Professora de música (piano clássico) pela Escola estadual de Música Villa -Lobos, tendo lecionado por vários anos.
Em 2015 recebi o troféu Cecília Meireles por voto popular. Sou membro da Academia Luminescência Brasileira _ Alubra.
Administro um grupo público na rede social Facebook - Café Literatura e sou da equipe do Festival de Literatura e Artes Literárias _FLAL- evento online.

Projetos para 2021 é a conclusão e lançamento de Aneleh- a princesa alienígena e um ainda em fase de pesquisa, intitulado provisoriamente, como o autor, onde pretendo abordar pela primeira vez o suspense policial.


Sou autora independente e, por isso, você pode encontrar minhas obras na Amazon ou pessoalmente comigo:




Michelle Louise Paranhos





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